Deleted Dreams.

she calls down angels
just to burn their
righteous wings,
to see them rise then
fall, flailing like
doves.

she tells them:
"this is what it's like
to be human'

Ele observava o amanhecer, no topo do penhasco.
Eram aproximadamente 500 metros de quedra livre,
até aonde as pedras faziam fronteira com a água,
onde ondas quebravam constantemente.
Atrás de dele, o orvalho da noite cai das árvores que dão início a uma grande floresta, mais velha quanto o tempo.
Perdido nos pensamentos, ele sussura uma única palavra, seus pés deixam de tocar o chão, e então ele cai.
O vento bagunça-lhe o cabelo, e tira as roupas do lugar.
A queda parece não ter fim. E uma única palavra permanece ecoando.
As pedras, vem ao seu encontro, e ele se vê próximo da morte... Mais uma vez.
Sobre o extasê do momento, ele abre um pequeno sorriso.
-Não será desta vez também.
E então acerta as pedras, bem a tempo de uma onda quebrar sobre seu corpo despedaçado.
Suas costelas perfurando-lhe a pele, transpassando pulmão e coração. Suas pernas, apenas uma massa de carne e sangue, sua boca aberta, seus dentes quebrados, seu crânio despedaçado, e todo o seu conteúdo, vazando para o mar.
Entretando, seu coração continua batendo.
E ele observa o bater constante das ondas.
Uma palavra vaza de seus lábios rasgados.
-Perdoe-me.
E então, o brilho familiar, o calor, seguido pela dor da restauração.
Ele acorda ainda sobre as pedras, observando as ondas quebrando contra seu corpo.
-A imortalidade tem seu preço.- Ele diz.
Se ao menos fosse suficiente...

Aqui jaz alguns trechos de poemas retirados do filme STALKER de  Andrei Tarkovsky.
Um magnífico por sinal.

"Quando o homem nasce, é fraco e flexível;
Quando morre é impassível e duro.
Quando uma árvore nasce, é tenra e flexível;
Quando se torna seca e dura, ela morre.
A dureza e a força são atributos da morte;
A flexibilidade e a fraqueza são a frescura do ser.
Por isso, quem endurece, nunca vencerá...'

"Agora o verão se foi,
E poderia não ter vindo.

No sol está quente,
Mas tem de haver mais.

Tudo aconteceu.

tudo caiu em minhas mãos,
Como uma folha de cinco pontas,
Mas tem de haver mais.

Nada de mau se perdeu,
Nada de bom foi em vão...

Uma luz clara ilumina tudo,
Mas tem de haver mais.

A vida me recolheu,
À segurança de suas asas.

Minha sorte nuna falhou,
Mas tem de haver mais.

Nem uma folha queimada,
Nem um graveto partido.

Claro como vidro é o dia...
Mas tem de haver mais.'

Ele anda pela noite, sozinho.
A lua cheia, brilha no céu escuro, iluminando a rua com uma luz branca prateada.
Seus passos ecoam por esquinas mortas. 
Em um poste, a luz falha, um vento frio sopra do noroeste, e o traz de volta de pensamentos sobre outros tempos.
ele ouve um uivo solitário ao longe, um chamado. Sem resposta.
Um tiro, um impacto, dor, medo, frio.
Ele observa sua vida se esvair aos poucos, e percebe que sai fumaça da arma que tinha em mãos.
Só mais uma vez, ele se vê morrendo lentamente.
Se ao menos fosse a ultima vez...

"A dor que me deixaste, me envenena e embriaga, a única coisa que dói mais que
isso, são os momentos em que a dor cede, e volto a estar sóbrio...sóbrio, e só, em um
mundo feito aos pares, sozinho...no escuro...de joelhos, cabelo bagunçado, olhar fixo
 e corpo trêmulo, e nesses momentos, tudo o que desejo é minha doce dor de volta, as
 perguntas, as ideias, e o próprio futuro rodeiam minha cabeça, rindo de mim,
 enquanto suplico sem saber ao certo pra quem, pela minha dor, é melhor estar
anestesiado e trancado a sombra de minha própria alucinação a me sufocar, já que só
tu tens a chave, e ninguém esta a procurar...
 As forças falham, os braços fraquejam, corpo cai ao chão, os olhos secos e sem
brilho fitam o nada, ouço cada batida de meu coração, comprimindo e dilatando
contornado e preenchido por agulhas, sangrando meu amor derramado, como se
fosse uma tentativa desesperada, inválida, descabida e  insana, de preencher o vazio
que me foi deixado na mente, na alma, no meu EU...que se tornou o próprio NADA,
tão vazio e atormentado, que nem o vento ousa passar por este labirinto sem paredes...
 O corpo se debate contra o chão frio, buscando em vão qualquer ponto de apoio, luz
ou chama, até q a última pontinha de energia se esvai....a tremedeira passa,
as pupilas se dilatam, por um instante me sinto finalmente vivo...por não mais de um
instante, tudo se apaga novamente, sem dor, sem som, sem cor, apenas uma frase
curta se dispõe a usar a última gota de força do meu ser, mas... ninguém estava lá
 para ouvir a única vez na história do universo, em que alguém poderia ter dito com
tamanha sinceridade...TE AMO"






Criado pelo meu amigo e tutor:
Luiggi Philipi Pagliarini

CONSEGUIREI EU SAIR DESTE ABISMO?
DE CORAÇÃO QUEBRADO E SEM ESPERANÇA,
EU AINDA TENTO.
APENAS PAGANDO POR TUDO QUE FIZ.
SOBREVIVO SEM ESPERANÇA DE ALCANÇAR A LUZ.
SOZINHO NO ESCURO, PERDIDO EM MEMÓRIAS DE UMA OUTRA VIDA.
EU TENTO MANTER ESTA PEQUENA CHAMA ACESA.
UMA PEQUENA LUZ NO FUNDO DESTE BURACO EM QUE ME METI.
ENTERRADO TÃO FUNDO, QUE ACREDITA NÃO TER MAIS VOLTA.
VAGANDO NA ESCURIDÃO, SEM RUMO, SEM LUGAR.
ESPERANDO POR UMA LUZ QUE NÃO VIRÁ.
EM DESESPERO, ELE GRITA, PROCURANDO.
TEM ALGUÉM AI? ALGUÉM AINDA SE IMPORTA?
NÃO.
FORÇADO A VIVER, A VIVER SOZINHO.
REMOENDO ESTES ECOS DENTRO DE MIM.
NADA SOBROU, ALÉM DE UM HOMEM QUEBRADO.
NADA SOBROU, DO SEU ORGULHO TOLO.
ELE TENTA BRUTALMENTE SE LIVRAR DO SEU DEMÔNIO INTERIOR.
AINDA PRISIONEIRO NESTE BURACO.
COGITANDO DEIXAR A ESCURIDÃO PENETRAR SEU CORAÇÃO.
AGORA ELE OUVE AS MILHÕES DE VOZES QUE RIEM SOBRE SEU DESESPERO.
ELE SABE QUE NÃO HÁ CURA DESTA VEZ.
O TERROR CAUSA INJURIAS.
EM VÃO ELE PROCUROU RESPOSTAS DAS QUAIS JÁ SÁBIA.
E QUANDO ELE CAIU, TODOS PERDERAM.
AGORA O QUE SOBROU DELE, NÃO É NADA, ALÉM DE UM HOMEM QUEBRADO, SOZINHO E NO FUNDO DO POÇO.
ELE ENTENDE QUE NÃO SOBROU MAIS NADA.
E QUE ESTA DOR TÃO FAMILIAR, PERMANECERÁ DENTRO DO SEU CORAÇÃO.
ELE TENTA ESQUECER, TENTA LUTAR.
MAS A ESCURIDÃO É MAIS FORTE DO QUE ELE, E MAIS UMA VEZ, ELE SE ESVAI ENTRE FUMAÇA E TREVAS.
APAGADO E ESQUECIDO.

TUDO COMEÇOU COMO VOCÊ HAVIA DITO.
FLORES, SORRISOS, CARINHOS, PALAVRAS DOCES...
E EXATAMENTE COMO VOCÊ PREVIU, COM O TEMPO ELE FOI MUDANDO.
SUAS FLORES MURCHARAM, OS SORRISOS MORRERAM, OS CARINHOS CESSARAM E AS PALAVRAS COMEÇARAM A MACHUCAR.
ELE DEVIA TER LHE DADO OUVIDOS.
NA VERDADE ELE DEVIA TER DADO OUVIDOS A SUAS PALAVRAS MUITO ANTES, MAS O ORGULHO SEMPRE FALA MAIS ALTO.
ELE CONSEGUE SE LEMBRAR DE MUITO TEMPO DO QUAL PASSOU AO SEU LADO, E HOJE PARA ELE, CADA MEMÓRIA TRAZ UMA DOR CARREGADA DE CULPA E DESEJO...
É QUASE UM ATO MASOQUISTA, SE MACHUCAR POR LEMBRAR, MAS NÃO QUERER ESQUECER.
E INVOLUNTARIAMENTE, ELE BUSCA QUALQUER COISA, NA QUAL ELE POSSA DESESPERADAMENTE SE AGARRAR AO PASSADO.
ELE SABE O QUANTO ERROU, ELE SABE QUE NÃO MERECE NADA ALÉM DO DESPREZO, ATÉ DE PENA.
AINDA SIM, ELE PROCURA SE LEMBRAR, ELE TENTA DESESPERADAMENTE MANTER AS IMAGENS E OS CHEIROS CONSIGO.
SÃO COISAS DE UM TEMPO DE QUANDO ELE ERA UMA PESSOA MELHOR, COISAS DE UM TEMPO AONDE ELE SE SENTIA VIVO.
CADA PEQUENINO PASSO QUE ELE DA EM QUALQUER DIREÇÃO, O LEVA NOVAMENTE AOS MOMENTOS EM QUE TUDO DAVA ERRADO.
CADA SEGUNDO QUE ELE TEM LIVRE HOJE, VEM NA CABEÇA UMA ONDA DE MEMÓRIAS QUE COMO UMA TSUNAMI DE EMOÇÕES, REMOEM E REFAZEM AS MESMAS PERGUNTAS...
COMO? POR QUE? COMO VOCÊ FOI CAPAZ...? POR QUE?
UMA COISA SEMPRE O ASSOMBRA A NOITE, QUANDO ELE ESTA DEITADO, SOB O TORPOR DO SONO...
A SUA VOZ, O DESESPERO E A DOR CONTIDA NA SUA VOZ, QUANDO SE FALARAM PELA ULTIMA VEZ.
ELE É CAPAZ DE VER SUA IMAGEM, E QUASE ADIVINHAR COMO VOCÊ ESTAVA, ELE VIU E SENTIU SUAS LÁGRIMAS CAINDO, E AINDA SIM, SEU ORGULHO O LEVOU A MATAR TUDO QUE TIVERAM.
HOJE ELE SE PEGA OLHANDO PARA UMA OUTRA VIDA, IMAGINANDO COMO SERIA, O QUE ESTARIAM FAZENDO, E ATÉ COMO SERIAM AS CRIANÇAS PROVENIENTE DISSO.
ESTES PENSAMENTOS ESTÃO SEMPRE COM ELE.
E PARA SEMPRE ELE IRÁ SE LEMBRAR DO GOSTO DAS CINZAS QUEIMANDO SEUS SONHOS E DESEJOS POR SEUS PRÓPRIOS ERROS.
CAMINHANDO ENTRE A RAZÃO E A PSICOSE, ELE SE SENTE OLHANDO O MUNDO ATRAVÉS DO CANO DE UMA ARMA, DISPARANDO SOBRE TUDO E TODOS QUE AMA, SEM CONTROLE.

APESAR DE TUDO...
DE TODOS OS MEUS ERROS,
DE TODAS AS VEZES EM QUE EU TE MACHUQUEI.
PARA MIM, VOCÊ AINDA E MEU MUNDO.

EU SEI MELHOR QUE TODOS,
O QUANTO ERREI COM VOCÊ,
QUANTAS VEZES, EU ERREI.
EU SEI TAMBÉM QUE,
AS COISAS NUNCA MAIS SERÃO O MESMO.

EU VEJO AGORA QUE
O ÚNICO E VERDADEIRO AMOR,
QUE EU JÁ TIVE.
EU JOGUEI FORA.

VER SEU SORRISO,
OUVIR SUA VOZ.
LEMBRAR DO SEU CHEIRO.
TUDO TRAZ LÁGRIMAS A MEUS OLHOS.

E NÃO IMPORTA O QUANTO EU TENTE,
NÃO IMPORTA O QUÃO BEM SUCEDIDO EU ESTEJA.
NADA, NINGUÉM IRÁ TIRÁ ESTE GOSTO DE...
...FRACASO, QUE ESTA INPREGUINADO EM MINHA ALMA.

CADA PASSO,
CADA MOVIMENTO,
CADA DIA...
TUDO ESTA LIGADO AO MESMO SENTIMENTO.

A CULPA É A ÚNICA COISA,
QUE TEM ANDADO AO MEU LADO.
É UMA COMPAHIA CONSTANTE,
É COMO UMA INFECÇÃO.

UMA DOENÇA SEM CURA.
UMA DOENÇA QUE VEM ME MATANDO AOS POUCOS
CADA DIA É UMA GUERRA PESSOAL.
UMA GUERRA NA QUAL EU SEI QUE NUNCA IREI VENCER.

COMO SE LUTA COM INIMIGOS INVISÍVEIS?
COMO SE LUTA CONTRA VOCÊ MESMO?
QUANDO SEUS DEFEITOS, SUPERAM TODAS AS QUALIDADES.
VOCÊ DESCOBRE, SER A PIOR DAS PESSOAS.

LUTAR É DESNECESSÁRIO.
EU JOGUEI FORA O QUE MAIS AMAVA.
SOBREVIVER É TUDO QUE ME RESTA.
SORRIR, SORRISOS VAZIOS.

EU SOU UMA SOMBRA DO QUE JÁ FUI UM DIA.
UMA REPLICA DE ALGUÉM QUE JÁ TEVE TUDO.
MEU INVERNO CHEGOU, E NESTE TEMPO.
EU FUI PEGO DESPREVINIDO, ISOLADO E SOZINHO.

VOCÊ ACREDITOU EM CADA PALAVRA MINHA,
E MAIS UMA VEZ, EU FALHEI COM VOCÊ.

NAQUELA NOITE.
EMBALADOS PELA DOR DA PERDA, E DO REENCONTRO.
NÓS DOIS SENTADOS SOBRE O BANCO DA PRAÇA,
CONVERSANDO, COMO SE NÃO NOS FALÁSSEMOS A ANOS.
FOI O MELHOR, DO MEU PIOR MOMENTO.
NOSSAS DORES, DE ALGUMA FORMA ENTORPECEU O PASSADO,
E LIMPOU O PRESENTE.
A TRISTEZA QUE SENTIMOS NAQUELE DIA...
AINDA ME LEMBRO DE COMO VER VOCÊ E OUVIR SUA VOZ,
ME FEZ RIR COMO UM MENINO, EM MEIO A TANTA DOR.
EU TIVE MEDO, E AINDA CONTINUEI.
EU SÁBIA QUE ERA ERRADO, SÁBIA QUE NUNCA SERIA O MELHOR PARA VOCÊ... AINDA SIM, EU SEGUI EM FRENTE.
CONTINUAMOS A CONVERSAR, POR HORAS E HORAS.
FOI QUANDO EU NOTEI A MUDANÇA EM SUA VOZ...
VOCÊ OLHAVA PARA O OUTRO LADO, E ANTES DE SE VIRAR, EU JÁ SÁBIA QUE HAVIA LÁGRIMAS EM SEU ROSTO.
EU FECHEI OS OLHOS, E NÃO QUIS ACREDITAR.
ATÉ QUE VOCÊ SE VIROU...
SUAS LÁGRIMAS, A TRISTEZA, ESTAMPADA NO SEU ROSTO.
SUAS LÁGRIMAS...
MINHA ULTIMA DEFESA, FOI AO CHÃO COM ESTA IMAGEM.
TUDO QUE EU QUERIA ERA TE VER E OUVIR SORRINDO NOVAMENTE, TUDO QUE EU SEMPRE QUIS, FOI FAZER A SUA DOR IR EMBORA.
ENTÃO EU TE ABRACEI, E EM MEIO AS LÁGRIMAS, EU SENTI SEUS BRAÇOS ME ENVOLVENDO.
JAMAIS ESQUECEREI DO SEU PERFUME AQUELE DIA, DA TEMPERATURA DO SEU CORPO, DA SUAVE TEXTURA DA SUA PELE, DO GOSTO DOS SEUS LÁBIOS...
E SUAS LÁGRIMAS...
QUANDO DEI POR MIM, ESTAVA TE BEIJANDO, E SENDO SENDO RETRIBUIDO.
SEU DESEJO, SUA SAUDADE, SUA TRISTEZA, SEU AMOR.
FOI COMO UMA EXPLOSAO INTENSA DE SENTIMENTOS, QUE VEIO EM UM ÚNICO MOMENTO.
PARA MIM, FOI COMO MÁGICA, UM MOMENTO QUE FICARÁ PRESO EM MINHA MEMÓRIA, PARA SEMPRE EM TODA A MINHA VIDA.
E QUANDO NOS OLHAMOS NOVAMENTE, APÓS ESTE BEIJO TÃO INTENSO, SEUS OLHOS, SUAS LÁGRIMAS...
PORÉM, ALGO TINHA MUDADO, VOCÊ ESTAVA COM UM OLHAR DIFERENTE, UMA EXPRESSÃO... QUASE FELIZ.
EM MEIO AS LÁGRIMAS EU VI UM SORRISO, VI UM OLHAR QUE PROCUREI EM MUITOS OLHOS DIFERENTES, SEM SORTE.

SABE O PIOR DISSO TUDO?
É SABER QUE EU DEVERIA TER EVITADO ISSO, ERA MEU DEVER NÃO TER FEITO, POR QUE EU SÁBIA QUE NUNCA SERIA BOM O SUFICIENTE PRA VOCÊ, SÁBIA QUE POR MAIS QUE TENTASSE, UMA HORA EU IRIA TE MAGOAR E MACHUCAR.
AINDA SIM, EU TENTEI, ME DEIXEI LEVAR...
DESAFORTUNADAMENTE, OS RESULTADOS FORAM OS QUE EU SABIA QUE SERIAM.
VOCÊ SAIU MAGOADA, QUEBRADA, INCAPAZ DE SORRIR POR MUITO TEMPO.
ENQUANTO EU, ME PERDI MAIS UMA VEZ NO VÁZIO... MEU INFERNO PESSOAL.
MINHA MALDIÇÃO AGORA É TER ESTAS LEMBRANÇAS, E SABER QUE UM DIA, EU JÁ TIVE OS MELHORES SORRISOS AO MEU LADO. E AGORA, BEM, AGORA EU TENHO APENAS SOMBRAS...

Hoje eu vi uma cena, na qual eu jamais imaginaria ver...

Um senhor de mais de 80 anos, veio ao hospital acompanhando a sua esposa que estava doente.
Ele era super simpático, e mesmo com ela doentinha, fazia piadas e brincadeiras para ela rir, na tentativa de quebrar um pouco a tensão.
Depois de ser atendida, a senhora ficou em observação, onde infelizmente teve uma parada cardíaca e veio a falecer.
Minutos depois escuto um choro desesperado, e na hora imaginei que era de alguma criança ou de algum dos "Funkeiros metidos a machões' que apareceram por lá hoje.
Quando fui averiguar o que era, fiquei paralisado.
O senhor simpático, e de sorriso fácil, estava ajoelhado ao lado do corpo da esposa, chorando desesperadamente, dizendo que iria ajudá-la, e implorando para ela não o abandonar novamente...
E sem que eu me desse conta, lágrimas corriam pelo meu rosto.
De alguma forma eu pude sentir a dor do senhor.
De alguma forma eu também queria gritar e implorar para que você não me abandone...
Mas, já não tenho mais para quem gritar, por que no final, fui eu quem a abandonou.

Eu afasto memórias,
Levará centenas de anos.
Até que eu reconstrua minhas esperanças.
Para a minha geração, eu deixo um passado amargo.
E em sua memória,
Apenas a imagem de uma bandeira vermelha, sobrevive.
Os risos, as memórias, os sonhos.
Tudo se foi.
Dissolvendo os fragmentos de sonhos,
De repente, nos lembramos do passado,
O rastro de nossas lágrias é prova que erramos.
E que temos de viver com nossos erros.
É tempo de viver!
É hora de morrer!
Mas não hà tempo pra mim.
Não hà como restaurar o antigo eu, novamente.
Perdoem-me.
Eu vejo tudo, como que em uma tela de cinema.
Mas a realidade dói ainda mais do que todos os problemas.
Tentar esquecer as consequências dos meus atos,
Já não é uma opção.
Os mortos abrem suas asas, e em segundos eu sou arrastado,
De volta para o pesadelo, do qual sei que nunca irei sair.
Eu observo, observo atrás de uma parede de árvores,
Memórias que nunca mais irão voltar.
Meus sonhos derreteram como o orvalho pela manhã.
De repente eu me lembro do seu sorriso.
É apenas uma outra lembrança que não irá voltar.
E o rastro destas lágrimas, queimam como a dor de culpa.
Terei de suportar, suportar tudo isso e mais um pouco.
Devo sobreviver com este erro
Hora de viver,
Tempo de morrer.
Não haverá mais tempo pra mim.
Seu destino é em outro sonho.
Não hà como restaurar o antigo eu novamente.
Perdoe-me, meu amor.